domingo, 4 de março de 2012

2ª etapa do Citadino de MTB (26 fevereiro)

Finalmente, acho que depois deste post, poderei começar com “hoje fiz tal coisa...” se é que um dia escreverei isso, mas pelo menos os posts serão de fatos mais recentes. 2ª Etapa do Citadino de MTB, lembram que na 1ª etapa cheguei em 3º? Pois é, agora queria manter a colocação, já que na outra fiquei bem atrás do Rafael Timm que tirou 2º. Os treinos foram um pouco diferentes, partimos do princípio que chegar inteiro não ganha corrida, 60km eu faço tranqüilo, então não iria focar em “resistência” e sim em velocidade. Fiz alguns treinos assim, e quando íamos para o percurso da prova, que seria o mesmo, fazia questão de estar sempre na frente, com vento contra ou não, pois eu sabia que sempre, eu vou bem atrás de um pelotão e bem na frente de outro, e apenas 3 categorias dariam as 4 voltas, Master A, Sub 30 e ELITE, totalizando pouco mais de 50km. Na 4ª volta são poucos os atletas, então melhor treinar como se estivesse sozinho.

Na véspera da prova recebo uma mensagem do Mário Menger dizendo que o percurso seria ao contrário, já que tínhamos treinado no mesmo sentido da prova anterior, eu particularmente preferia do outro jeito, mas aí também tem o fator vento, então tanto faz. O interessante é que o dente não incomodou e eu consegui dormir mais cedo do que o costume. Acordei bem cedo, material já estava todo separado, tomei um café da manhã bem reforçado, tomei um banho pra acordar bem, coloquei a roupa e fui conferir a bike, em especial a lubrificação da transmissão, já que não tem nada que desgaste mais do que provas na praia, onde tem areia e água salgada, basta uma volta para a corrente virar uma lixa, tudo de acordo, peguei os géis de carboidrato, as caramanholas, Gatorade, etc.. E fui para o local da prova pedalando, não tem 2km de casa.


Ficamos aquecendo, e aquecendo bastante já que a prova atrasou, devido aos atrasadinhos que deixam tudo para a última hora, sendo que a ACIRG, disponibiliza a inscrição antecipada pelo site e ainda com desconto, e mesmo assim o pessoal deixa pra fazer na hora. Enfim, o vento estava normal, e o normal aqui é forte, largamos na controlada, e o carro sairia da frente depois do pelotão passar pelo riacho, este que estava mais fundo do que normalmente, azar, minhas rodas são 29 polegadas passar por buraco não é problema. Já fui pra frente, e fiquei lá nas cabeças, e o vento estava soprando do sul, uma barbada, pelotão a 40km/h tranquilamente. Ninguém tentou escapar a favor do vento e quando fizemos o retorno nos Molhes, até chegar no antigo Terminal Turístico só deram falsos ataques, mas quando chegamos nas dunas, onde só dava para atravessar empurrando a bike, foi uma loucura, o pessoal se embolou e eu que faço bem essa travessia fiquei preso no meio daquele “bolor”.


Pelotão fechadíssimo contra o vento
Segunda volta, percebi que estava mais ofegante do que o costume, porém a perna tava zerada, isso foi incrível. Vi encostar o Rafael Timm atrás, e eu via um pelotão bem distante a frente e precisava alcançá-los antes de pegar vento contra, faltando 2km para o retorno puxei forte, esperava que o Rafael fosse colar em mim, mas minha perna estava muito bem e essa puxada acabou virando um “ataque”. Ele ficou pra trás e eu alcancei o pelotão. Trabalhamos juntos até as dunas, lá o pessoal se desencontrou de novo e eu fui com o Derlain na beira mar, ele me pediu pra puxar um pouco pra descansar, e ajudar um cara como o Derlain é muito bom. Terceira volta ele me passou e sumiu, era sua última volta e eu fiquei na torcida.

Aí a coisa embolou e muitos ciclistas fortes acabaram presos
Completando a 2ª volta com o Derlain
Finalmente a perna começou a sentir a quilometragem e o vento contra, não via ninguém atrás e ainda consegui ultrapassar alguns atletas, inclusive um da minha categoria. Concluindo a 3ª volta e indo para a última, já não fazia a menor idéia da minha colocação, e a favor do vento percebi o aumento considerável da força dele, e fui observando quem estava na minha frente, eu sou míope e não uso lentes de contato nas corridas, me incomodam e meus óculos já estavam sujos de areia, maresia, suor, contei 6 atletas da minha categoria na frente, e como infelizmente o citadino só pontua até o quinto, e os demais recebem a mesma pontuação, dei uma baixada no ritmo, e contra o vento foi horrível, para ter uma idéia da força do vento, nas outras voltas eu ia entre 20 e 25km/h, nesta eu estava passando trabalho pra ir de 10 a 13km/h, incrível. Atravessei as dunas quebrado, e na trilha fui administrando, sentia dores na garganta, no peito e a perna adormecida, quando cheguei no final olhei pra trás, e vi o Rafael, era só o que faltava... Em outras ocasiões eu me desmotivaria, manteria o mesmo ritmo, afinal 6º e 7º tanto faz, o Rafael é um baita ciclista me passaria com facilidade. Mas não, aprendi com o Derlain a ter garra independente da colocação, então “vambora”. A garganta doía pra respirar a perna já estava embriagada de ácido lático, e tava difícil encarar a ventania na beira mar, e o Rafael encostava cada vez mais, eu ia olhando toda hora pra trás pra não ser surpreendido com um sprint, faltando 500 metros já tinha certeza que eu chegaria na frente, finalmente terminou, sensação boa de conclusão de prova, passei o arco pulei da bike, os guris já vieram pra volta pegando a bike e me trazendo água, eu mal conseguia respirar, estava branco, cumprimentei o pessoal, comi algumas frutas, sentei e alí fiquei.
Os amigos Walter, Diego e Mário

Quando anunciaram a Sub30, só queria ver quem eram as feras do pódium, aí anunciaram o Rafael em 5º.... (???????), em seguida eu em 4º. Que surpresa!!! Contei errado e fiquei pensando, imagina se tivesse desistido e deixado o Rafael me passar. Seguindo a pontuação geral estou em 3º no campeonato, com apenas 1 ponto atrás do 2º colocado, difícil vai ser manter, mas nada é fácil e estou aí pra isso, até a próxima etapa. Vlw!



Próxima etapa:

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