William Voigt, o primeiro a largar |
Bom, nunca participei de um Contra Relógio, mas já tem um bom tempo que tenho tiros de 2, 5 e 10km em meus treinos, e mais os treinos na musculação e spinning, já que o Contra Relógio envolve muita força e potência. Fizemos dois dias seguidos de treinos no local, em companhia do Mário Menger, Walter Frenzel e Arthur Hallal, meus tempos no primeiro dia foram os piores, e conversando com meu preparador notamos que enquanto os outros chegavam tontos, eu chegava bem, ou seja, faltava me doar um pouco mais.
Carisma da campeã Aline Costa |
Consegui emprestado com Waldemir Marques um par de pneus GTK 700 X 23 MAEL STROM KEVLAR, o mesmo tipo de pneu que calça as bikes speed. No segundo dia de treino, fui pra resolver meu tempo ridículo, dito e feito, mesmo largando desclipado, com vento forte e chuva, fiz 10'52".
Chegando do treino dos 10'52" |
Minha largada estava prevista para as 15:07, acordei cedo, lavei a bike, e aí entrou meu amadorismo, fui regular a transmissão, era um detalhezinho, pois bem, fui ver a largado do nosso amigo Walter as 13:32, acabei fazendo o trabalho de segurar a bike dos atletas, reparei que largavam muito pesados, demorava até pegar velocidade, voltando pra casa, fui ensaiar que marcha eu largaria. Minha regulagem esculhambou a relação, e cada vez que eu subia nos pedais e forçava, a corrente estalava a ponto de escapar da coroa, cheguei em casa correndo, tentei arrumar, não consegui. Não tinha mais tempo e fui assim mesmo, comecei a aquecer, e pensei na minha estratégia, esta que é definitiva numa prova de contra relógio. Se eu largasse com a transmissão pesada, ela iria "saltar", então largava "leve" e ía pesando conforme ganhava velocidade, perderia alguns segundos mas era o jeito.
Aguardando o timer |
Fui chamado no som para alinhar, aqueci mais um pouco, e alinhei. Resultado de largar leve foi a bike sair levantando a roda dianteira, fui girando rápido e quando comecei a trocar a marcha e fazer força, ela estalou, agora tinha que compensar. Fui tão rápido a ponto de ultrapassar o atleta que largou 1min na minha frente antes até do retorno. Fui apoiado nas "canelas" (garfo da bike), para ganhar aerodinâmica, no retorno, mais um pouco de estalo, e mais outra compensação, a perna queimava com o giro forte, então eu pesava mais um pouco a relação, aliviava eu aumentava o ritmo, queimava eu reduzia marcha aumentava o giro e assim fui indo. Na ida com o vento lateralizado um pouco a favor, procurava manter 40km/h, pouquinho mais, pouquinho menos, na volta com o vento contra, mantive 30km/h. Na penúltima curva para a chegada, aumentei o ritmo, aí sim a dor era tanta que chegava a adormecer a perna e não parei, nos metros finais, mais força ainda e passei beirando os 40km/h na linha. Sabia que tinha feito um tempo melhor que nos treinos, porque dei o melhor.
Sprint da chegada |
Erro identificado, meu tempo oficial foi 10'49", garantindo 1º lugar no Contra Relógio na categoria Elite MTB.
Dor, dor e dor, em meio a satisfação |
Ricardo Costa (Nobre Bicicletas) levou minha bike para ajustar para a prova de estrada do dia seguinte.
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